Benfica 1-0 FC Porto
Estádio da Luz
relvado mau estado
64 300 espectadores
Árbitro Lucílio Baptista (AF Setúbal)
Assistentes Bertino Miranda e Venâncio Tomé
-Benfica
Treinador Jorge Jesus
12 Quim GR 6
14 Maxi Pereira LD 6
4 Luisão DC 6
23 David Luiz DC 8
25 César Peixoto LE 6
6 Javi García MD 7
8 Ramires MO a 72' 6
16 Urreta MO a 66' 6
17 Carlos Martins MO a 66' 6
30 Saviola AV 8
7 Cardozo AV 6
13 Júlio César GR
15 Roderick DC
28 Miguel Vítor DC
22 Luís Filipe LD d 66' 5
24 Felipe Menezes MO d 72' 3
19 Weldon AV d 66' 4
21 Nuno Gomes AV
- Golo: [1-0] 22' Saviola
amarelos 26' David Luiz, 44' Saviola, 87' Maxi Pereira
vermelhos nada a assinalar
FC Porto
Treinador Jesualdo Ferreira
1 Helton GR 5
13 Fucile LD 5
14 Rolando DC 5
2 Bruno Alves DC 5
15 Álvaro Pereira LE 6
25 Fernando MD 7
6 Guarín MO a INT 3
3 Raul Meireles MO a 79' 5
12 Hulk AD a 77' 4
10 Rodríguez AE 6
9 Falcao AV 4
24 Beto GR
21 Sapunaru LD
18 Nuno A. Coelho DC
7 Belluschi MO d 79' 4
11 Mariano AD
17 Varela AD d INT 6
19 Farías AV d 77' 3
amarelos 69' Falcao, 81' Fernando, 87' Bruno Alves , 87' Rodríguez
vermelhos Sapunaru e Hulk [já depois do fim do jogo]
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Nenhuma surpresa: o clássico teve um golo esquisito, um penálti por assinalar para cada lado, futebol de fraca qualidade, cautelas excessivas, excesso de virilidade e um mau palco. Excepção feita ao lance que decidiu a partida, aconteceu tudo quanto seria de esperar, independentemente dos discursos e da ambição e das promessas de futebol atacante. Numa noite gelada, só o ambiente em torno da partida foi quente. Mais certeiro nas escolhas, Jorge Jesus teve ainda o mérito de perceber quando era tempo de guardar o ouro. Digamos que, em noite de fraca magia, saiu coelho da cartola.
Não podendo contar com algumas peças importantes, o treinador do Benfica não abriu mão do esquema de jogo que elegeu para a época, preferindo encontrar novos intérpretes a sujeitar os habituais titulares a nova filosofia. Urreta passou de dispensado/dispensável a "joker". Foi ele a carta inesperada para actuar no lugar que pertence a Di María e tem Coentrão como alternativa. Saiu-se bem, tal como Carlos Martins, que tem tempo de duração limitado, mas desempenhou a preceito a posição 10, com uma vantagem sobre Aimar, o habitual dono da camisola: jogando mais recuado, esqueceu o losango durante a maior parte do tempo em que esteve em campo e ajudou a definir uma linha de três médios à frente de Javi García. O meio-campo benfiquista foi a arma que asfixiou o FC Porto durante a primeira parte.
Num terreno pesado onde a bola corria pouco, principalmente na zona central, Jesualdo Ferreira preferiu o músculo à arte e colocou Guarín no meio-campo, mantendo-se fiel ao 4x3x3 habitual, mas utilizando um bloco defensivo coeso e baixo que se deixou manietar pelo opositor. Os portistas poucas vezes conseguiram sair a jogar e, quando o fizeram, envolveram pouca gente no processo.
Como os laterais exibiram uma timidez nada comum, Falcao foi presa fácil para os centrais, ao passo que aquela que parecia ser uma má ideia por parte de Jorge Jesus - confiar a vigilância a Hulk a César Peixoto - acabou por resultar, dada a péssima actuação do brasileiro. Do lado contrário do campo, num combate de irmãos, Maxi Pereira criava mais preocupações a Rodríguez do que o contrário.
Um golo estranho chegou para resolver a contenda, mesmo tendo sido marcado aos 22', ou seja, com cerca de 70 minutos por jogar. É que se de um lado sobrava vontade para o guardar, do outro era pouca a capacidade para dar a volta ao resultado.